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Conselho administrativo

Os benefícios do CAD para seu negócio.

 

Meu maior medo ao assumir o cargo de CEO aos 27 anos não era quebrar financeiramente, mas sim, por um erro, uma decisão equivocada, ter que demitir os mais de 300 profissionais, 300 famílias dependiam diretamente do nosso negócio(hoje são mais de 550). Era responsabilidade demais para ficar na mão de uma só pessoa e não ficou.

 

Em 2013 quando fizemos a sucessão na Anjo Tintas, indústria de tintas que sou sócio e CEO desde 2013, nós montamos paralelamente um conselho administrativo, na realidade um conselho consultivo inicialmente, mas com alto grau de conhecimento e experiência em gestão nas mais diversas áreas da economia e gestão. Nosso conselho é formado por 2 conselheiros internos e 3 conselheiros externos, independentes.

 

Para aprender como funcionava um conselho, afinal eu nunca tinha participado de uma reunião deste tipo, busquei formação como conselheiro profissional 1 ano antes e aprendi a importância de um conselho, qual a melhor formação, formas de conduzir as reuniões e principalmente como escolher os conselheiros com base nas necessidades do momento da empresa. Vou compartilhar com você aqui um pouco do que vivi e aprendi.

 

O conselho administrativo tem como função zelar pela transparência e credibilidade dentro das empresas. Ele é o pilar da boa governança corporativa e visa maximizar o retorno sobre o investimento, a sustentabilidade do negócio ao longo dos anos. Para isso, seus membros criam direcionamentos estratégicos, atuam como um setor que supervisiona as atividades, e dá orientações gerais para o negócio como um todo.

 

Quando falamos em conselho de administração, é natural a maioria das pessoas relacionar este tema somente a grandes empresas. Mas a verdade é que negócios de qualquer porte podem se beneficiar ao criar e manter um conselho administrativo ou consultivo. Já vi empresas com faturamento menor que R$20 milhões por ano com ótimos conselhos.

 

Um bom conselho é composto por profissionais qualificados e experientes, atuam em busca de soluções para a empresa. Seja por obrigatoriedade legal ou como boa prática de negócios, os conselhos administrativos têm se tornado cada vez mais comuns nas empresas do país. Eu como executivo, encorajo fortemente que, se sua empresa ainda não tenha, comece a pensar sobre isso imediatamente. O conselho me deu a segurança necessária para tomar as melhores e mais importantes decisões nos últimos anos.

 

Possuir dentro do seu conselho conselheiros independentes, não vinculados à gestão do negócio é crucial pois estes se tornam um elemento crítico no monitoramento do business. A independência confere ao conselho de administração a objetividade importante para a revisão das propostas e desempenho gerencial podem falar o que precisa ser dito sem medo de ser mal interpretado.

 

Nossas reuniões, geralmente são compostas de 3 partes: A primeira parte é olhando para o passado, os números, DRE, Balanço, Fluxo de Caixa e outros indicadores pertinentes ao nosso business. A segunda parte é sobre algum tema que decidimos tratar como gestão de pessoas, ESG, Marketing, M&A, balanço auditado, questões legais, societárias etc. E por último uma parte olhando para o futuro, estratégias que vão levar nosso negócio ao próximo nível. É uma reunião muito rica e objetiva onde sempre aprendo muito.

 

Uma pergunta que me fazem sempre é sobre a remuneração. Aqui, nossos conselheiros são remunerados por reunião e esse investimento, sim é um investimento pois gera ótimos resultados, depende de vários fatores, desde o nível de exigência e comprometimento com a companhia, experiência profissional, frequência e duração das reuniões e muito mais.

 

O tamanho ideal de um conselho, na minha opinião, é um número mínimo de três e máximo de 11 integrantes, é uma prática comum no mercado esse formato, mas mais importante do que a quantidade, é ser um conselho com membros de diferentes experiências e qualificações, a fim de formar um grupo heterogêneo, com habilidades e pontos de vista distintos. 

 

Não deve ser uma reunião de amiguinhos, e sim possuir discussões ricas para o crescimento da companhia. Por isso a importância de conselheiros externos independentes e é saudável que os conselheiros externos sejam trocados com certa frequência, eu indico no mínimo 2 e no máximo 4 anos de mandato do conselho de administração.

 

Esse é um tema que adoro falar, pois vivo isso na prática e sei dos benefícios de um bom conselho administrativo. Há 9 anos participo do conselho da Anjo Tintas como executivo e faz algum tempo que participo do conselho de outras empresas como conselheiro externo. Se quiser falar um pouco mais comigo sobre esse tema, me chama nas redes sociais @filipecolombo.

 

Abraços,

Filipe R. Colombo

CEO – Anjo Tintas

Auto best-seller do livro Gestão profissional na Prática